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"RAPPORT" SOCIAL: VOCÊ CONSEGUE?

Enquanto preparava mais um capítulo do Curso Básico de PNL, que estou montando para postar em breve para todos os meus leitores e falava sobre Rapport(*) , vi uma matéria muito interessante sobre uma pobre mulher que perdeu sua casa e, logo depois, uma outra lhe roubou o filho (Graças à divulgação rápida das imagens gravadas numa farmácia, e toda uma nação de olho para descobrir onde estava a criança e a mulher que a levou, o bebê foi encontrado). Depois, num programa que gosto muito de assistir, uma outra história comovente: a da familia de um carroceiro, impedido de trabalhar pela Prefeitura de Belo Horizonte. Um dos filhos simplesmente chorava de...FOME. Muita gente fez doações, procurou a TV para fazer a sua parte, e agora, felizmente, esta criança não tem mais porque chorar, pelo menos não por este motivo, pelos próximos 18 meses, pelas contas de quem ajudou... E acredite: o pai já antecipou que vai dividir esta ajuda com os amigos, que também passam sufoco.
Entendi porque isso aconteceu. Fiquei prestando atenção às palavras dos envolvidos nestas duas histórias, e resolvi também seguir os seus gestos. Senti a dor que eles sentiam! O mesmo fizeram os que podiam, de mais perto, fazer alguma coisa por estas pessoas. É rapport!
Então não tive dúvidas. Resolvi parar e escrever este post.
A questão que me bateu de maneira doída foi pensar na incapacidade que muitos de nós temos de utilizar esta técnica (da sintonia) para entender os conflitos sociais que vivemos. Pensamos em obter ganhos, em "vender" nosso produto (ou a nós mesmos), queremos entender os outros apenas para descobrir como levar vantagem, como ganhar dinheiro... mas não entramos em sintonia com o que vai no fundo do coração das pessoas.
É aí que entra o que chamo de Rapport Social, que identifico como "a arte de entender o sofrimento alheio e assumí-lo como se fosse meu".
Já parou para refletir o que quer dizer aquele movimento nervoso de uma mãe ao segurar a alça de uma bolsa enquanto fala do filho que desapareceu? Ou o choro de uma familia ao ver o seu barraco destruído por fiscais da prefeitura durante uma reintegração de posse? Ou o olhar perdido de um pai quando vê o fiho ser preso por tráfico de drogas ou roubo? Ou ainda o encarar furioso de um favelado quando tem que enfrentar a policia? Já experimentou passar um dia sem comer e pensar no que seria capaz de fazer se não houvesse nenhuma possibilidade de se alimentar naquele dia? E os gritos e gestos de desespero de um viciado por falta da droga, já tentou imitar ou espelhar?
Provavelmente, não. Isso porque temos o costume de perguntar sempre: "Porque estas pessoas fazem isso (cometer crimes, usar drogas, invadir terrenos dos outros, roubar supermercados...)?" E não "O que elas fariam de diferente se tivessem as mesmas alternativas que EU tenho?".
O que você faria se vivesse num mundo onde as autoridades primeiro procuram te punir, e depois é que pensam em te oferecer oportunidades? E se as pessoas te mostrassem que o bom é ostentar riquezas, mas te impedissem de ter acesso a elas? E num mundo onde o tráfico de drogas oferece muito mais dinheiro do que aquele emprego honesto, que mal dá para pagar a comida que você come?
Vivemos num mundo onde se ensina que felicidade é ter tudo o que se deseja (uma forma equivocada, como também mostrarei no meu curso), mas vivemos tentando sempre TER mais que os outros, nos diferenciarmos pelo poder aquisitivo. Assim, é normal existir pobres e miseráveis, e ainda culpá-los por esta condição ("Eles não são como nós, que aprendemos o caminho para a riqueza e prosperidade").
O "Rapport Social" nos ajuda a combater esta forma de pensar. Entender e sentir o que as pessoas mais necessitadas, e mesmo as que optam pela marginalidade, têm em suas mentes, em suas vivências, em seus"mapas" de vida... não é "sentir pena" dos pobres, mas usar a boa e velha frase de um dos pressupostos da PNL: "As pessoas agem do jeito que sabem". Se elas aprenderem como conseguir o que querem, de um jeito que lhes traga os mesmos beneficios, ou mais, elas farão diferente.
Da mesma forma, esta sintonia te faz usar o que possui de conhecimentos e vivências para ajudar estas pessoas de alguma forma, sem preconceito, sem medos. O desejo de fazer com que os sentimentos negativos vividos pelos alvos de seu espelhamento sejam eliminados te darão energia para procurar (também do jeito que você sabe) uma saída para pelo menos uma dificuldade social que esteja ocorrendo dentro da sua realidade.
Desta maneira, você descobrirá que ninguém "é pobre porque quer", mas apenas porque não tem as mesmas informações que você tem, ou as mesmas oportunidades, ou, ainda melhor, porque não é tão desonesto como alguns politicos, corruptos ou falsos profetas, a quem muitas vezes ajudamos a ficar mais e mais ricos, enquanto combatemos os que furtam bolachas em supermercados, invadem terrenos de grandes empresas ou pedem esmolas pelas ruas, e que muitas vezes chamamos de "vagabundos" ou de "bandidos perigosos".
Uma música do falecido Michael Jackson diz: "Se quer mudar o mundo, mude a si mesmo. Eu comecei com o cara do espelho". E o Mestre dos Mestres falou "Ame ao próximo como a si mesmo". Estas são dicas de como funciona esta sintonia.
Que tal começar hoje?

Em tempo: Este texto NÃO É UM DESABAFO, como o teor pode sugerir. É apenas um conjunto de idéias que tenho como norte, que você segue se quiser, pois todos somos livres!

"Minha querida alma, faça de mim, hoje e sempre, uma pessoa socialmente ativa e em sintonia com as necessidades dos que me cercam".

(*)Para quem ainda não conhece, rapport nada mais é que uma forma de se estabelecer sintonia com as pessoas à sua volta. Isso se faz com atos simples: acompanhar as palavras que elas dizem, os seus gestos, espelhar suas posturas... Quando você consegue "seguir" cada um destes elementos, "sente" o que o outro sente, "vive" o que o outro vive, consegue "entrar" no seu mundo, de uma maneira quase que mágica. Desta maneira, você também consegue, com os conhecimentos que já possui, direcionar esta pessoa para um caminho diferente, ou algo que você deseje, desde que seja bom para ambas as partes. Vendedores bem treinados, padres, pastores, politicos... todas estas pessoas sabem (ou precisam saber) como usar o rapport para entender as necessidades dos seus clientes, fiéis, eleitores... Claro que alguns preferem usar a técnica para, na verdade, apenas conseguir o que desejam, o que, naturalmente, um dia voltará de maneira punitiva, pois o Universo te dá o que deseja, mas também devolve o que você dá aos outros. Pense nisso! Isto é o básico, mas você saberá mais em outras oportunidades.

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