domingo, 22 de março de 2009

NOSSOS IDOSOS EM DEPRESSÃO: COMO AGIR?

Não há como não perceber, e nem há como negar que a população mundial esta envelhecendo. A longevidade, que antes parecia ser um fator presente apenas em países desenvolvidos, como os europeus, agora está, com os avanços da medicina, da nutrição e, enfim, da mentalidade dos governos, também nos continentes antes considerados sub-desenvolvidos. A América Latina (onde está o Brasil) é uma destas regiões.
Numerosas são as conseqüências desse fenômeno. Dentre elas, algumas dizem respeito à saúde mental da terceira idade, como a incidência da depressão de inicio tardio.
A depressão é, sem dúvida, o problema mental mais comum entre os idosos, e muitas vezes está ligada ao surgimento de outras doenças como câncer, Parkinson, Alzheimer, diabetes ou ao uso de medicamentos vários utilizados hoje em dia.
O que é preciso entender é que essa doença é freqüente em todas as fases da vida, mas que vem se acentuando entre os mais velhos. Estima-se que cerca de 15% de idosos apresentem alguns sintomas depressivos e cerca de 2% deles tenham depressão grave. Esses números são ainda maiores entre idosos internados em asilos ou hospitais.
Ao compararmos a depressão no idoso com a que acomete outras faixas etárias não é possível delimitar diferenças nítidas, no entanto sabe-se que o idoso passa por circunstâncias específicas em razão do avanço da idade e das conseqüências que ele acarreta. Além do mais, é preciso ficar atento ao diagnóstico, pois o paciente senil pode apresentar uma depressão crônica (quando a depressão surge anteriormente e persiste durante os decorrer dos anos, inclusive na velhice).
Algumas das causas podem estar na nossa própria cultura. Há uma visão negativa do envelhecimento que pode interferir na adaptação social, bem estar e postura da sociedade em relação aos idosos. Em razão desse envelhecimento, sentimentos como proximidade da morte, início da última etapa da vida, sensações de perda de estatus ocupacional e econômico, desencadeiam uma condição depressiva que pode ser acentuada se existirem sensações de insuficiência, inutilidade, ansiedade e irritabilidade.

O que fazer?
Em meus trabalhos com o grupo Feliz idade, aprendi muita coisa legal sobre como lidar com este problema, graças a profissionais que me ajudaram e aos próprios componentes do grupo, que sempre me dão grandes lições. As pessoas que cercam o idoso precisam entender (e passar ao seu ente querido esta informação) que envelhecer é um fenômeno natural. Com o passar dos anos ocorre diminuição das funções celulares e metabólicas, que naturalmente vão produzindo algumas perdas (memória, força física, elasticidade, etc...). Aceitar a humanidade deste fato já é um bom caminho!
Acabar com alguns mitos também podem ajudar. Confira alguns deles:

.:: Depressão é apenas uma tristeza passageira.
Cuidado com esse pensamento. A depressão se apresenta de maneira profunda e duradoura, e na ampla maioria das vezes é preciso várias formas de abordagens para manter a pessoa em equilibrio.

.:: É normal o idoso se sentir depressivo.
O simples fato da pessoa ter alcançado a terceira idade não é motivo para ficar deprimido. A doença é causada por um conjunto de fatores que vão desde as próprias crenças do sujeito como fatores hormonais, neurológicos...

.:: O idoso deve permanecer descansando em casa.
Nada disso! O contato social através de atividades interativas mantém o idoso pleno de vida, e sempre com novas descobertas.

.:: Envelhecer significa adoecer.
Nem pensar! Acreditar que a velhice é a fase da vida coordenada por medicamentos é o mesmo que condenar o idoso à paralisia. Exercícios físicos, atividades mentais e muito carinho da família, sim, é o ideal para o vovô e para a vovó, por mais complicados que eles sejam.

.:: Internar ou isolar o idoso é a solução.
Quem disse? Isolar o idoso em instituições próprias não ajuda a solucionar o problema da depressão. Apenas te livra do trabalho, não é mesmo? É claro que se faz necessário um acompanhamento (um psicólogo, psicoterapeuta, terapeuta ocupacional, psiquiatra...), mas “se livrar do(a) velhinho(a)” só vai piorar a situação dele(a).

.:: O idoso não deve praticar atividades físicas.
A prática de atividades físicas é recomendada, sim! Compare os idosos que pelo menos fazem caminhadas diárias com os que ficam em casa assistindo televisão. A diferença é notável.

.:: O idoso não se interessa por questões sociais.
O aumento do número de eleitores da terceira idade prova o contrário. Se o idoso não se importasse, não iria querer participar da escolha de seus líderes. Converse com ele(a) sobre estes assuntos, saiba o que ele pensa, ouça seus conselhos. Uma boa discussão ajuda a manter o idoso em alerta, sabia?

“Minha queria Alma! Seja fonte de compreensão e amor! Minha querida Alma, seja fonte de uma velhice saudável para mim e para os meus!”.

2 comentários:

  1. Que coisa maravilhosa este mundo de meu Deus.
    Minha mãe anda visivelmente deprimida e hoje pela manhã estava a imaginar uma solução para este problema.
    Foi providencial entrar no seu blog Carlão e deparar com uma materia maravilhosa como esta.

    O Universo respondeu-me a altura.

    Obrigada, continue, continue , continue...
    sua missão é maravilhosa neste mundo.

    Um bj da amiga Angela Amado

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  2. É sempre maravilhoso saber que a gente pode ajudar, e que há, neste universo tão "colcha de retalhos, essa incrível ligação de mentes e corações, Angela.
    Bj, querida amiga!

    Antonio Carlos

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