Pular para o conteúdo principal

O PODER DA MENTE E A DOR

Se você já experimentou (mesmo que forçado) ficar num corredor de hospital ou posto de saúde, já deve ter acompanhado também um fato interessante: Quantas vezes duas pessoas com o mesmo problema estão reagindo de maneira diferente à dor que sentem?
E daí vem a pergunta: Se ambos sofrem da mesma doença, porque um parece sentir mais dor que o outro? A resposta é simples. A intensidade com que sentimos nossas dores depende, mesmo, da maneira como pensamos sobre elas. Isso não é conversa das pessoas que alguns podem intitular “gente esquisita que vive no mundo da lua”. É Ciência pura!
Médicos e especialistas em dor garantem que a forma como encaramos os sintomas interferem diretamente na maneira como eles são percebidos. Se temos expectativas negativas, logicamente sofreremos mais. Tem gente que não pode nem pensar em injeção, por exemplo, pois para ela a agulhada parece pior que o sofrimento que já enfrenta. E quando vem a picada...(buáááá!). E aqueles que mesmo anestesiados sentem dor quando o motorzinho do dentista entra em funcionamento (e olha que muitas vezes o profissional nem começou a usar o aparelho ainda)?
O contrário é igualmente verdadeiro: Se você tem uma postura mais positiva, mais bem humorada e confiante, a dor não parece ter tanto efeito, e o mesmo vale para a causa dessa dor, que geralmente desaparece em menor tempo que no caso oposto.
Fazendo uma visita aos sites que tratam do assunto, encontrei, no Yahoo!, algumas informações interessantissimas sobre este tema. O neurologista Ricardo Teixeira, que é nada mais, nada menos que o diretor do ICB – Instituto do Cérebro de Brasilia, fala sobre alguns mitos que envolvem a percepção da dor, além de ensinar como sentir menos incômodo por conta dela. Quem segue suas dicas garante que não depende tanto de remédios como outras que preferem desvalorizar a força do pensamento.

Verdades, mentiras e dicas
Segundo o médico, há pessoas mais sensíveis à dor. Esse é um mito que se revela verdadeiro. Há maneiras de medir a dor, detectando a intensidade objetiva dela. Por isso é que é preciso fazer cálculos para a dose correta de anestesia para cada paciente, no caso de cirurgias. Mas a escala também leva em conta critérios subjetivos: a dor pode ser a mesma, mas a percepção dela varia de uma pessoa para outra.
Outro fator interessante é que seu cérebro reaprende a interpretar a dor. Quando você mentaliza que a dor não é assim tão forte, seu organismo sente-se estimulado a conduzir os impulsos por circuitos cerebrais que rendam resposta positiva, aliviando a dor. Segundo Ricardo, não dá para dizer que nenhuma dor será sentida, mas ela será mais sutil.
Pessoas bem-humoradas sentem menos dor, mas não porque o bom humor desvia a atenção (embora isso ajude). O bom humor deixa qualquer dor mais leve por uma questão fisiológica: As piadas, o riso e outros elementos dessa postura levam seu organismo a trabalhar com maiores doses de dopamina, um neurotransmissor que traz bem-estar e está associado ao sistema de recompensa. Imagine uma criança que é jogada para o alto, dá aquela risada e diz: “De novo!”. É exatamente assim que o cérebro age quando você ri de uma pidada.
Um outro mito é o de que qualquer tipo de pensamento positivo alivia a dor. Não bem assim. Para o pensamento positivo funcionar, você precisa encontrar algo que dê prazer ao seu organismo (como no caso do bom humor). Não adianta experimentar a receita do seu vizinho ou as dicas daquele livro maravilhoso que todo mundo está lendo. Cada um de nós tem um padrão de pensamento, uma forma de encarar o que é legal, o que é ruim, mas a intensidade com que isso faz efeito em nós é diferente. Isso significa que o que é positivo para mim e me dá prazer pode ser também positivo para outra pessoa, mas não gerar a mesma sensação. Enquanto uns se aliviam bastando pensar numa floresta, num pássaro, num oceano azul... outros podem não sentir o mesmo resultado. Porém, estes mesmos melhoram ao pensar na vitória do seu time, no rosto daquela gata, na voz do seu filhinho ou filhinha...
Outra nformação importante passada pelo neurologista é de que antecipar a dor prepara o organismo para lidar com ela (quando digo antecipar, não digo tremer de medo por que “acha” que a dor vai ser terrivel...).
É por conta desse fator que é importante buscar informações sobre um procedimento que você vai realizar (como por exemplo uma cirurgia). Se você trabalhar com a sua capacidade de relaxar, o sofrimento tende a ser menor. Tem gente que se prepara desta forma para um tratamento de canal, por exemplo, e na hora tudo ocorre de maneira tranquila (Minha dentista diz que eu sou o paciente mais tranquilo que ela já encontrou graças a essa dica)
O contrário também vale: a força do seu pensamento consegue transformar uma dor simples em algo no limite do insuportável (como aqueles que, na hora da injeção, parecem estar recebendo uma facada).

As dicas abaixo, com algumas adaptações, são de Virgilio Vasconcelos. Ele ensina como amenizar sensações que comumente nos incomodam (frio, calor, dor...).
A base da estratégia é o fato de termos uma interessante capacidade de generalizar sensações. "Você já viu alguém que se dormir com os pés descobertos "morre" de frio? Só os pés estão expostos, mas a pessoa sente frio no corpo todo. Ocorre que as sensações de frio ou calor não estão no corpo todo, apenas em algumas partes. O truque é você prestar atenção de uma forma mais segmentada, mais "fina"", diz Virgilio.
Verifique isso fazendo uma varredura pelo seu corpo, procurando notar onde está mais frio, onde está quente e onde está neutro. Você vai notar várias diferenças: o que está sob roupa está de um jeito, o que está de fora de outro, podendo também haver diferenças conforme a altura da parte.
Agora escolha uma área com sensações mais definidas e dirija sua atenção para ela. Pelo menos por alguns momentos, você vai reagir somente ao que está sentindo ali. Isso é a mesma coisa que fazemos com dores: segmentar a atenção, focar e ficar reagindo só ao que estamos conscientes (já viu alguém com dor de cabeça que fica o tempo todo apalpando o local de onde ela supostamente surge?). Para não ficar prestando atenção a uma só parte do corpo, você pode atentar para várias outras e reconstruir a percepção global do corpo, desta vez com mais fidelidade.

O caminho é o seguinte:
- Pista:
você percebe sensações de frio ou calor, e as considera desconfortáveis o bastante para interromper o que está fazendo e fazer alguma coisa para lidar com as sensações.
- Decisão: você tomará providências externas, perceptivas ou ambas. Entenda externas aqui como um tomar um remédio, fazer um exercício, etc...
Se optar apenas pelas perceptivas, vai ao próximo passo.
- Segmentação da atenção: com vagar, você varre seu corpo procurando pontos ou regiões onde a sensação de dor, calor ou frio é mais intensa. Depois busca por pontos onde não está sentindo a sensação.
Se tiver alguma dificuldade neste passo, exercite-se em situações de maior contraste, como entrando em um carro que ficou ao sol, chegando em um janela onde está batendo sol (no caso do frio) ou pondo algo frio ou gelado em algum local do corpo (no caso do calor), ou ainda um banho relaxante com aquela sensação de leveza (no caso da dor).
- Reconstrução da percepção: Preste atenção novamente ao corpo como um todo, já com as percepções parciais.
- Retomada: Volte ao que estava fazendo.

Um lado bom de tudo isso é que é um tipo de habilidade, e por isso, quanto mais experiência, mais ela se torna fácil e automática. Claro que em alguns casos há limites: Se você estiver no Pólo Norte, não basta pensar no calor, não é mesmo? Nas situações-limite, em geral ainda temos algum prazer, como apreciar o aconchego de um paletó ou coberta ou o prazer aumentado de beber uma água ou suco gelados.
Quanto à dor, se você tem uma hérnia de disco, uma sinusite ou outra causa bem evidente (leia-se: fisica), as técnicas vão aliviar e te ajudar a ficar mais positivos para a cura, mas não adianta apenas se livrar do incômodo: é preciso buscar o tratamento adequado para não mais sentí-lo, certo?

"Minha querida alma, seja fonte de relaxamento e tranquilidade. Minha querida alma, seja fonte de auto-controle e confiança".
"Minha querida alma, seja fonte de PRAZER!".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

VISUAL, AUDITIVO E CINESTÉSICO: OS PREDICADOS VERBAIS NA PNL

Em PNL,fala-se muito que uma pessoa é do tipo "Visual", "auditiva" ou "cinestésica" (comumente simplificada para as siglas VAC). Mas, o que é isso? Trata-se da maneira principal como uma pessoa capta e repassa informações. Uns preferem trabalhar com imagens, e assim comunica o que captou (Pelo que "vejo", você não está nada bem...). Outros o fazem pelos sons (Isto que você me diz é música para meus ouvidos). Outros ainda vão nas sensações, nos gostos, nos cheiros... (Esse negócio não tá me cheirando muito bem...). Todos nós usamos as três formas para se comunicar, mas temos um sistema dominante. E como identificar como é o sistema predominante de alguém?

CALCULE O SEU BIORRITMO

Acesse a calculadora e descubra como você está, fisica, emocional e intelectualmente neste mês  Cálculo de Biorritmo, um programa free Este programa é para ilustrar a teoria descrita abaixo. Você pode usar este software on-line para fins não comerciais, para calcular, criar e imprimir o gráfico de biorritmos grátis. Você não precisa de nenhum download ou instalação no seu computador. O cálculo é feito em incrementos de hora em hora, sem garantia de correção. Os seus dados (data de nascimento, mês de calcular e de texto livre) não serão enviadas através da Internet pelo programa e nunca pode ser armazenado externamente ou avaliados. O funcionamento do software em linha grátis Para começar, seleccione a data adequada e na hora de seu nascimento, nos campos da calculadora. Se você não marcar uma hora especial, o software considera este como 12 (meio dia). Após o primeiro cálculo, você pode usar as teclas de navegação, bem como as teclas de setas par...

BIORRITMO: VOCÊ SABE O QUE É?*

Acesse a calculadora e descubra como você está, fisica, emocional e intelectualmente neste mês  Depois de postar um link para cálculos do biorritmo, alguns leitores manifestaram dúvidas sobre a teoria apresentada. Resolvi então repetir uma postagem feita em 2008 sobre o assunto, mas que permanece bem atual e é altamente objetiva nas explicações. Confira: Biorritmo estuda nosso relógio biológico, nossos ritmos energéticos ou, ainda, nossos ciclos biológicos. É uma ciência que nasceu há mais de 4000 anos, tendo como pai o imperador chinês Huang Tchi, também considerado o pai da acupuntura. No ano 200 A.C, Hipócrates e seus discípulos aplicaram o Biorritmo em seus pacientes. Os resultados foram decisivos para a comprovação científica com sua eficácia. Por volta de 1887, o psicólogo austríaco Herman Swoboda, o professor da Universidade de Innsbruck Alfred Teltscher e o Dr. Wilhelm Fliess, contribuíram para a consolidação definitiva do Biorritmo na Europa. No mesmo período ...