segunda-feira, 3 de setembro de 2012

AMPLIE SUA CONSCIÊNCIA... E CONVERSE COM SEUS "MONSTROS"

Estava curtindo o sol da tarde de domingo na frente da minha casa, como faço costumeiramente quando (graças a Deus) não surge nenhuma reportagem de última hora. Fui abordado por uma mulher que passou diante do meu portão e perguntou se eu era o morador da residência. Ela estava suada, tremendo, e diante de minha resposta positiva me pediu um copo de água.
Peguei uma garrafa de água gelada e comecei a serví-la, e enquanto eu fazia isso, ela disse: "Estou com a boca seca. Acho que me deram muitos calmantes". Ao ser perguntada por qual motivo alguém tentaria dopar-lhe, a resposta veio com um tom de orgulho: "Porque eu queria matar umas pessoinhas ali, que andaram fazendo algumas fofocas a meu respeito".
Talvez a moça pensasse que eu ficaria assustado com a resposta, ou que passaria a apoiar-lhe pela reação, que nem sei se ocorreu de fato, e por isso ficou  surpresa quando lhe disse: "E pelo visto não adiantou nada fazer isso, não é?"
"Ah... pelo menos eles perceberam que não podem mexer comigo", ela tentou argumentar.
"E quem estava por perto foi embora na certeza de que quem fez a fofoca falou a verdade, porque ao invés de confrontá-los e mostrar que eles estavam errados, você optou por tentar agredí-los e intimidá-los", foi a minha resposta.
A jovem (dava pra ver tinha pouca idade apesar das marcas de uma vida sofrida, seja por circunstâncias ou por más escolhas) ficou em silêncio por alguns instantes. O olhar ficou distante, como que relembrando a cena do que afirmava ter ocorrido.
"E o que senhor acha que eu deveria ter feito?", ela perguntou. O "senhor" com certeza foi por causa dos fios de cabelo e barba brancos...rsrsrs.
Agradeci pela pergunta, pois afinal era uma autorização para que eu desse a minha opinião, e passei a sugerir-lhe algumas ações que poderiam dar melhores resultados, dentre estas deixar que as coisas "tomassem seu próprio rumo", pois acredito  que quando se conta uma mentira, o tempo se encarrega de colocar os fatos à luz da verdade, ou usar argumentos válidos para confrontar o que havia sido dito contra a sua pessoa, desafiando os supostos fofoqueiros a provarem suas versões.
Novamente ela tentou se defender. "Eu tentei chamá-los pra uma conversa, mas todos fugiram".
"O fato é que você não queria conversa, e eles fugiram do seu desejo de vingança, e não do diálogo. Fique sabendo que ao assumir esta postura de 'brigona', você não só fechou o caminho pra resolver o problema, como mostrou ser o que eles diziam, ou ainda que é igual aos que te atacaram verbalmente. Quando a gente usa a violência, prova que não tem argumentos, que não tem o que falar. E todos sabiam que quando a conversa 'esquentasse' seria essa a sua escolha: partir pra porrada".
A garota suspirou. Dava pra notar que começou a repensar suas atitudes. "Acho que fiz besteira mesmo, o senhor tem razão. Vou pensar melhor sobre isso e depois tentar resolver esse problema com a cabeça fria", prometeu. Depois, tomou o último gole de água, agradeceu e seguiu seu caminho, mais calma.
Após esta conversa, fiquei pensando quantos de nós não fazemos o mesmo que esta mulher. Reagimos ao que os outros dizem contra nós de maneira intempestiva, e nem nos tocamos que, na verdade, apenas estamos confirmando as palavras negativas em relação às nossas condutas. Isso acontece por um único motivo: Porque muitas vezes o que foi dito é apenas um reflexo do que, no fundo, sabemos ser uma característica pessoal, muitas vezes escondida no fundo de nossas mentes, mas que se mostra claramente às pessoas que nos cercam.
Outras vezes, tentamos resolver a situação-problema ou o conflito "com o mesmo nível de consciência" com que eles foram criados. Não paramos para analisar a questão a fundo, onde há razão e onde está o erro, não procuramos fazer uma auto-análise para descobrir o que levou determinadas pessoas a nos atacarem, não buscamos, em nós mesmos, o "gancho" que nos prendeu ao que foi afirmado.
Com isso, não temos defesa, não temos "vocabulário" para explicar o que de fato aconteceu, e nem coragem para assumir quando erramos de fato (quando este for o caso), ou que não consideramos uma falha fazer o que está sendo apontado como tal.
Por isso, faço um convite: Acorde para si mesmo(a). Amplie a consciência que tem de si e de suas atitudes, pois assim poderá responder a qualquer desafio ou conflito num nível acima daqueles a quem você considera seus opositores.
Muitas vezes, você vai perceber que o grande inimigo, na verdade, está dentro de você. É a sua sombra, o que você considera 'feio', inaceitável... Converse com este seu lado! Pare de simplesmente reprimí-lo e torne-o seu aliado! Saiba que é muito mais fácil lidar com monstros quando você sabe onde eles estão, e não guardando-os numa caixa cheia de buracos (como é o espaço onde guardamos nossos 'defeitos' e posturas indesejadas).

"Sinto muito, me perdoe, te amo, sou grato"

Um comentário:

  1. Todos somos dotados por uma coisa maravilhosa chamada cérebro, muitos não o usam ou usam-o inconvenientemente ou só usam 50% ou menos ou até talvez demasiado, enfim, usem-no pelo menos q.b..

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