sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

UM APRENDIZADO DE UM MILHÃO DE REAIS

Não faz nem dois dias postei um artigo sobre a necessidade de nos colocarmos como alguém que "faz" algo para aprender, e de deixar de lado essa história de "aprender para fazer" (clique no link "Para aprender, é só fazer", na coluna lateral).
Neste post, resolvi publicar uma metáfora para complementar o tema. Ouvi esta história em uma das palestras proferidas por um grande mestre, já falecido, no final dos anos 90, mas ela ainda é bem atual para este final de primeira década do século 21.
Confira:

"Um grande investidor resolveu ampliar seus quadros de operadores da Bolsa de Valores. Os atuais funcionários, embora altamente eficientes, já mereciam galgar novos degraus e alguns deles já estavam prestes a aposentar.
O homem então resolveu juntar alguns de seus jovens estagiários e lhes deu a missão de analisar e investir em novos negócios, comprar ações que rendessem lucros no futuro, vender as que porventura estivessem em queda... enfim, tudo que acontece num setor tão especulativo como a Bolsa.
Três rapazes, altamente inteligentes, foram selecionados e partiram para os trabalhos.
Dois deles, bastante receosos, resolveram seguir para suas casas primeiro, a fim de estudar melhor como funcionava o setor de ações, como efetuar as melhores compras, o momento certo de agir...
O terceiro, no entanto, nem pensou duas vezes. Pegou a pasta com as informações da empresa e foi para o pregão. Acompanhando os mais experientes, ele conseguiu, em poucos dias, obter um lucro de R$ 500 mil reais.
Animado com as vitórias conquistadas, resolveu arriscar: uma nova empresa de produtos eletrônicos surgiu com a promessa de inovar o mercado. Surgia ali a grande chance de dar ao seu chefe a chance de comandar esta nova firma, cujas ações deveriam valorizar em pouco tempo. 
A questão é que para conseguir comprar ações com o objetivo de se tornar majoritário, era preciso gastar cerca de R$ 1,5 milhão. Ele ligou para a empresa e descobriu que tinha um crédito de R$ 2 milhões para investir, graças ao lucro obtido nos primeiros dias. Pegou o dinheiro que precisava e comprou mais de 50% das ações da nova idéia.
Dois dias depois, o choque! Descobriram que a tal empresa estava sofrendo um processo porque havia roubado informações de uma concorrente, e o valor das ações caiu vertiginosamente. Prejuízo de R$ 1 milhão de reais, justamente no dia em que seria tomada a decisão para a vaga de analista. O pior é que seus concorrentes, após um período de estudos, haviam conseguido auferir perto de R$ 300 mil cada um em lucros na bolsa.
O jovem, cabisbaixo, foi ao escritório do chefe:
- Chefe, estou aqui para te dizer que cometi um erro gravíssimo. Comprei ações que pensei serem lucrativas e acabamos perdendo muito dinheiro. Vou entender se não quiser me contratar e estou pronto para aguentar o processo pelo prejuízo que causei.
O chefe, muito sério, respondeu:
- De fato, o prejuízo foi grande...
- Pois é, chefe, o melhor mesmo é contratar um dos dois rapazes que vieram comigo. Eles pelo menos tomaram cuidado, analisaram melhor a situação e só tiveram lucro. Nenhum prejuizo.
O chefe então lhe passou um papel e uma caneta.
Qual não foi a surpresa do jovem ao ler o documento e ver que se tratava de um contrato de trabalho, tendo em branco apenas o espaço que ele deveria assinar, pois o chefe já havia assinado.
- Não entendo - disse.
- Já contratei os outros dois, e eles terão a chance de ir ainda mais longe do que foram, mas quanto a você, como posso te mandar embora daqui se acabei de investir mais de R$ 1 milhão em seu aprendizado? Agora você sabe como se faz para perder dinheiro, e possivelmente haverá ainda outras perdas. Mas com essa lição, na prática, duvido que os lucros não sejam maiores que os prejuízos.
E a empresa recuperou o dinheiro perdido e hoje o jovem é um dos seus mais proeminentes diretores".

Não existem fracassos, apenas resultados! Só vai de fato no caminho certo quem aprende qual é o errado!

Um comentário:

  1. "Não existem fracassos, apenas resultados". Essa máxima é tudo!

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