terça-feira, 21 de julho de 2009

MOTIVAÇÃO: VOCÊ COSTUMA ESCOLHER O ESPINHO OU A FLOR?

(Puxa! Quando terminei uma conversa legal com uma amiga e resolvi escrever este texto, não imaginei que ficasse tão longo... mas, enfim, se foi assim é porque tinha que ser. Aproveite!)

Parece ser sempre algo que nunca muda: A pessoa começa um novo trabalho, ou ganha uma nova oportunidade para começar tudo com uma energia renovada, parte pra cima, na certeza de que "agora vai"... mas após algum tempo já está cansada, com os mesmos problemas de antes, as mesmas reclamações, o mesmo sufoco! Então passa por uma crise daquelas, acredita que tudo está acabado!
Então as coisas se ajeitam, a crise passa, e tudo começa novamente!
Legal, né?
Bem... seria, se de novo esta pessoa não caminhasse para o mesmo abismo que sempre está lá, esperando para que ela caia novamente. Um círculo vicioso que parece não ter jeito.
Acontece em todos os setores, em qualquer área de atuação, seja na vida pessoal ou profissional (que embora muita gente trate separadamente, tem tudo a ver uma com a outra, no sentido de realização).
É a professora ou professor que inicia o ano cheio de gás, e quando chega nas férias está tão deprimido que nem consegue pensar em diversão. É o profissional que troca de emprego para tentar uma vida nova, mas acaba no mesmo sufoco, na mesma falta de dinheiro, na mesma falta de reconhecimento. É a mulher ou o homem que tenta novamente investir num relacionamento que acaba sempre em decepção....
Estas pessoas, muitas vezes (embora não seja a maioria), até sabe onde ocorreram os erros que levaram ao sofrimento da vez anterior, às atitudes que a conduziram à crise, e até evitam cometer os mesmos equívocos, mas estranhamente não conseguem evitar o fim nada animador.
E então, lá está ela, a crise, pronta para fazer parte de sua vida de novo.

Como quebrar este círculo? Como mudar o final desta história?
Muita gente pensa que se conseguir mudar algum erro cometido no caminho que escolheu anteriormente, e consequentemente o final que sempre angaria com ele, irá resolver o problema. Só que tenta uma coisa nova, muda o jeito de agir, mas o "the end" continua o mesmo (e nada feliz)!
A razão é simples: o problema, nem sempre, está no caminho escolhido (embora este possa ser mudado também), e nem nos objetivos externos, mas nas razões internas que nos levaram a escolher o referido caminho e a valorizar os objetivos externos.
Passamos anos e anos tentando alcançar determinados objetivos. Externamente, definimos que vamos ganhar determinada grana ao final do ano, que vamos conseguir o amor de nossas vidas, que trabalharemos no emprego dos sonhos... e até chegamos a conseguir parte disso tudo. No entanto, esquecemos que temos motivações que interferem diretamente nestas escolhas, e muitas vezes, por nos recusarmos a incluir estas razões no processo de "avaliação de crise", nos mantemos no círculo vicioso.
Ex: Uma jovem termina o segundo grau, e agora tem tudo para entrar numa universidade, se formar na profissão que quiser. Decide por uma outra profissão, numa faculdade que está perto de casa, "para cuidar da sua mãezinha", ou da sua irmãzinha, ou porque o "namorado não quer saber de ficar longe...". Atitudes louváveis (exceto a parte do namorado, que se a amasse de verdade entenderia que ela precisa crescer e seguir sua vida), em especial se a mãe não tem mais ninguém e não tem condições de sobreviver sozinha, ou a irmã é muito pequena e não pode se virar...
No entanto, chega um momento em que a pessoa permanece com as mesmas idéias, mesmo depois da morte dos pais e com a irmã já crescida. Se aperta, não consegue estudar direito, as coisas não andam bem na vida pessoal, o emprego não dá para manter os estudos e os gastos pessoais, tampouco os da casa... E NINGUÉM TÁ NEM AÍ! A jovem abandona os estudos, passa a ter dois empregos para tentar melhorar de vida, as contas aumentam... e vem a crise!
Uma chacoalada na vida, uma boa chamada de atenção, a pessoa se analisa, passa por psicólogo, faz cursos de auto-ajuda, se recupera, e começa tudo de novo, com novo ânimo. O objetivo agora é outro: ganhar um bom dinheiro, ser a melhor vendedora, empregada doméstica, secretária... mas tudo acaba em sofrimento, como na primeira vez.
Então vem uma nova oportunidade, ela define novos objetivos, até escolhe outros caminhos, se anima, se enche de expectativas... mas, nada!

Caso real - motivações
Um caso parecido ocorre, repetidamente, com uma garota do meu círculo de amizades, e ela perguntou para mim: Onde foi que eu errei? Eu fiz tudo certinho! Por que, por mais que eu tente, nada parece dar certo?
A minha resposta foi simples e imediata: "Você tentou novas idéias, tentou, sim, novos caminhos, mas não aproveitou as suas crises para incluir uma mudança no cenário de sua história". De fato, é o que acontece com muitos de nós: Tomamos novas decisões, mas motivados por idéias antigas!
No caso de minha amiga, que já tem uma boa formação profissional, o problema estava em que sempre que surgiam novas oportunidades, ela escolhia a que lhe permitisse permanecer em sua cidade, ficar perto dos pais, de uma outra amiga muito querida (e carente que só ela). Só que estas motivações não lhe davam energia por muito tempo, pois o seu desejo de voar, de crescer, de seguir adiante com sua vida, de se realizar, estava simplesmente travado! Seria possível fazer isso em sua cidade? Sim, seria, mas os fatores que poderiam produzir este crescimento não estavam sob seu controle, mas no de outras pessoas, que não davam a mínima! Ela abria mão de oportunidades maravilhosas em outros locais, mas se recusava a admitir que as razões de suas escolhas é que a levavam às crises, e não as pessoas a quem ela culpava.
O que eu disse, claro, gerou protestos. "Não acha um motivo justo eu cuidar dos meus pais, de amar a minha cidade e querer que ela melhore?", ela reclamou. "Claro que é", respondi. "Mas, primeiro, isto não cabe totalmente a você, e, segundo, se este motivo realmente lhe preenchesse, VOCÊ SERIA FELIZ INDEPENDENTE DO QUE ACONTECESSE COM SUA CARREIRA. Se há frustrações, é porque as razões escolhidas não são as mais indicadas, e tampouco as que realmente lhe movem. O que lhe move é o desejo de ser feliz, mas você está presa a expectativas que não podem ser concretizadas a partir de si mesma".

Amor ou crença negativa?
Se você, leitor ou leitora, discorda de mim, e diz que "a gente se sente bem em ver os seres amados felizes", deixe-me lhe perguntar, então: "Porque você fica pra baixo enquanto eles estão numa boa"? Eu garanto que é porque NINGUÉM É FELIZ ESQUECENDO DE SI MESMO. Se esta motivação (a de estar perto e cuidar das pessoas amadas) estivessem realmente dentro de você como algo que se basta, os finais de seus anos, de suas histórias, de suas tentativas de melhorar cada vez mais seriam muito, mas muito felizes, porque seria realmente por AMOR, e não pela expectativa de algum retorno ou pela CRENÇA de que "isto é o certo".
No entanto, é preciso lembrar que o amor também nos leva a tomar caminhos que os seres amados podem não entender, mas irão lhes trazer benefícios da mesma forma. É tudo uma questão de organização.
Pense: se você quer dar melhores condições de vida para sua familia, vai conseguir isso se ligando a um trabalho mal remunerado e que só lhe traz frustrações, ou partindo para um outro, mesmo que distante, mas que lhe dá muito mais retorno financeiro? Por outro lado, se você pensa que o melhor é "estar sempre por perto", então para que se ligar no dinheiro ou em melhorias? Tem gente que se preenche com uma vida simples perto das pessoas que ama, e não é o retorno (seja ele financeiro ou mesmo de reconhecimento) que lhe faz bem, mas o simples ato de estar ali! Já há outros que precisam sair de sua área, deixar o seu quintal para trás, expandir os seus limites para serem felizes, e essa felicidade acaba se traduzindo nos retornos à sua origem, nas visitas aos amigos e à familia. Dá medo,muitas vezes, mas depois de dado o primeiro passo...
Se der pra juntar as duas coisas, melhor ainda, mas se não for possível, pra que escolher o espinho ao invés da flor?

Opções
Não sei qual será o caminho escolhido pela minha jovem amiga para suas próximas aventuras (ou desventuras), mas que ela ficou bem mais aberta a novas opções, ficou.
Uma outra pessoa muito especial, moradora do interior do Paraná, parece ter aprendido esta lição. Pegou para sua vida uma frase que lhe disse: "Se for para tomar uma decisão, tome-a com base em motivos novos, e não por razões antigas, que só te trouxeram frustrações", e resolveu avaliar possibilidades numa cidade distante da sua. Terapeuta de mão cheia, ela via suas energias serem sugadas por pessoas a quem amava, mas que precisavam aprender a "se virar" sem ela. No entanto, sempre que surgiam novas oportunidades, ela escolhia a mais cômoda (para os outros) e acabava sofrendo por conta disso, não no começo (decisão tomada, energia renovada), mas no fim (frustração). Claro que havia uma fé de que "as coisas seriam diferentes", que tudo iria mudar para melhor, mas o resultado era sempre o mesmo.
A nova idéia pode também não dar o resultado esperado? Pode! No entanto, a partir deste momento ela fez algo que a PNL considera essencial: buscou novas alternativas, colocou novas opções em sua vida, e isso vai abrir caminhos para mais e mais oportunidades (pressuposto da PNL: Ter duas opções é sempre melhor do que ter apenas uma ou, pior, nenhuma!).

A crise é como uma febre
Tem gente que quando entra em crise começa a batalhar para sair logo dela. Só que muitas vezes esquece de aprender com este momento.
Acreditamos que a crise é gerada por um fator externo (a perda do emprego, a falta de dinheiro, o não reconhecimento dos nossos esforços), mas esta crença está errada. A crise, na verdade, indica que algo dentro de nós não está nos levando para onde queremos. Uma crença equivocada, uma motivação que não leva a lugar nenhum, um desejo que não está sob nosso controle são geralmente as verdadeiras causadoras de crises. Assim como a febre indica que há um problema com o nosso organismo, um "corpo estranho" que precisa ser expelido, uma inflamação que precisa ser curada, a crise indica que nossas idéias precisam ser reformuladas, nossas crenças mudadas, e que nossas razões internas para as buscas realizadas até o momento precisam de novos direcionamentos.
A proposta não é "sair da crise", mas "aproveitá-la para mudar nossa estrutura de pensamento, ampliar nosso mapa, rever nossos filtros", e aí, engraçado, cadê a crise?
Só assim sairemos de fato prontos para uma nova vida!

As perguntas mágicas
Vi numa propaganda que não são as respostas que movem o mundo, mas as perguntas. Concordo plenamente! Baseado nisso, que tal se você fizesse algumas bem interessantes nos seus momentos difíceis? Seguem algumas sugestões:

- Minhas expectativas estão voltadas para o que "eu posso fazer" ou para o que "eu espero que os outros façam"?

- Se colocar numa balança, minhas decisões me trouxeram mais alegrias ou mais frustrações (escolhi os espinhos ou as flores)?

- A frustração que vivo agora já ocorreu antes? O que me fez, então, escolher de novo o caminho que me levou a ela?

- Decido fazer ou viver algo por que EU QUERO, ou porque ACREDITO que seja o que AS PESSOAS QUE AMO DESEJAM?

E tem mais uma, interessantissima:
- Quero chegar a um determinado objetivo para ME SATISFAZER ou para NÃO DECEPCIONAR OS OUTROS?

Ah, não posso esquecer que também existe uma perguntinha que sempre faço nestes casos, com base numa metáfora:
- O teimoso sempre tenta conseguir o mesmo objetivo com as mesmas ações, mesmo dando com os burros n´água. O persistente busca o mesmo objetivo, mas sempre buscando novas opções. Se for o caso, até abre mão, ainda que temporariamente, de uma meta em nome de outra. Ele sabe que esta mudança vai levá-lo, no final, ao que ele realmente quer. Então, SOU TEIMOSO OU SOU PERSISTENTE?

Sofrer por dentro ou por fora?
Pare, pense, pergunte-se! Saiba, entretanto, que a decisão é sua, e seja qual for a escolha, faça-a por razões que lhe tragam coisas positivas, mesmo que com alguns percalços.
Mais uma vez me lembro do meu Mestre José Osvaldo. Ele costumava dizer às pessoas que se diziam prontas para ajudar os outros, mas sempre reclamavam da vida: "Se você pensa que abrir mão da felicidade é imitar a Jesus, saiba que o Rei sofreu dores horrendas no seu corpo, mas por dentro sua alma sorria! Isso se deu porque ele sabia que suas escolhas eram de sua inteira responsabilidade, e amava as pessoas sem esperar nada em troca (tanto que recebeu a cruz, que ninguém deseja). Se as suas escolhas (sua cruz) te levam ás lágrimas na alma, é porque pegou para si uma responsabilidade que não lhe pertence! Não é uma imitação do Cristo, mas uma caricatura, e muito mal feita".
Entendeu? Então, acorde!

"Minha querida alma, frustrações e equívocos, que vivi e recebi até o momento, ACABARAM!"
"Minha querida alma, faça de mim uma pessoa persistente".
"Minha querida alma, faça de mim uma pessoa consciente de suas escolhas".

3 comentários:

  1. EU ACORDEI!! DEUS TE ABENÇOE, MAGO!

    ResponderExcluir
  2. Enviei uma mensagem para o seu e-mail também... rsrsrsrs

    ResponderExcluir
  3. Toninho, meu querido...
    Depois de ler este texto, só posso dizer duas coisas: Obrigado e Te amo! Você sabe como me dar umas espetadas, né? Estas valeram!
    Beijos!

    ResponderExcluir

Translate