sábado, 23 de maio de 2009

PEÇA A RESPOSTA, QUE A MENTE ACHA!

Ontem fique meio deprimido. Uma pessoa muito querida, grande amiga, disse algo que não gostei, relacionado à minha aparência. E o pior é que as palavras foram ditas com a clara intenção de magoar (embora eu deva entender que ela está na TPM...). Devo confessar que, mesmo tendo decidido já na minha infância a ser "mais eu", por conta de problemas que enfrentei em escola, com parentes e até mesmo com pessoas que amo muito, críticas ao meu jeito de ser ou à minha aparência ainda me incomodam, dependendo do momento (falando nisso, olha a ATPP-lembrete: as CRÍTICAS ainda me incomodam, não AS PESSOAS QUE CRITICAM, viu?).
A questão é que o que foi dito nem era grande coisa, mas me pegou num momento em que eu estava muito ocupado com outras tarefas, e não deu para pensar em como responder. Resultado: pensava em sair, em dar um passeio, como faço sempre às sextas, para relaxar depois de um dia complicado de trabalho, mas toda vez que pisava fora da porta, vinha à minha mente as palavras de minha amiga.
Como sempre faço quando esse tipo de coisa acontece, resolvi dar um "grito mental" contra a sensação e pensei comigo: Não vou ficar assim.
Resolvi então me sentar e mandei um comando à minha mente: "Assim como essa sensação entrou, ela vai sair. Qual é o melhor caminho? Responda-me, agora!". Então simplesmente relaxei, e então uma outra cena me veio à mente. Acredito que ela lhe pode ser útil também, em momentos idênticos.
Aconteceu quando fui dar uma palestra para jovens, que participavam de um curso oferecido pela Associação Comercial de Poço Fundo. A maioria destes jovens participava de um trabalho social na cidade, por serem originários de familias em situação de risco (pobreza, criminalidade...). Meninas eram as componentes mais numerosas no grupo.
O tema da palestra estava voltado para a coragem de investir em si mesmo e se tornar um empreendedor que não tem medo de errar.
No decorrer dos trabalhos, um assunto se tornou o foco principal. Algumas pessoas começaram a reclamar que não conseguiriam ir adiante porque quem poderia lhes dar apoio agiam com preconceito. Porém, percebi que o próprio grupo também tinha as suas idéias pré-concebidas quanto ao que era bonito, feio, interessante... E quase todos os componentes viviam com base em valores como "ter o carro do ano", "muito dinheiro", etc...
Comecei a contar a história de duas amigas, de uma cidade vizinha, que uma vez foram a uma festa. Uma delas, muito bonita, vivia reclamando que não arranjava namorado, e quando arranjava, era cada bomba... A outra, no entanto, era só sorrisos, e quando saia, já sabia que não voltaria pra casa sem "beijar muuuuito". Detalhe: minha segunda amiga tinha 1,65, mas quase 100 quilos! As meninas do grupo já começaram a rir e a dizer palavras como "gorda", "nossa, quem tem coragem de encarar?".
Quando eu disse que a primeira amiga se considerava feia, apesar de ser uma linda morena, com cabelos pretos longos e olhos verdes, mas a segunda, mesmo fora dos padrões, se considerava linda, elas riram mais ainda. Até que uma delas perguntou:
"Mas, professor (chique, me chamavam de professor), será que essa sua amiga não tem espelho em casa, e não tem noção do ridículo?"
Ao que respondi: "Ela tem espelho em casa, e não gosta de ser gorda, acreditem. A questão é que ela, ainda assim, se vê como alguém especial, que sabe encantar as pessoas, que tem o direito de amar e ser amada"
A menina argumentou, novamente entre risos e apoio das colegas: "Mas eu não consigo pensar em como alguém como ela pode ser bonita!".
Então lhe dei uma razão para pensar: "É, pode ser... mas tem um detalhe: ELA SÓ CONSEGUE SER E VIVER ASSIM, PORQUE NÃO ESTÁ NEM AÍ PARA O QUE VOCÊ, OU QUALQUER OUTRA PESSOA, PENSA. SÓ VALE O QUE ELA ACREDITA, NÃO O QUE OUTROS DIZEM SOBRE O QUE É BONITO OU FEIO!".
Os risos cessaram na hora! E eu aproveitei para dizer que elas estavam fazendo consigo o mesmo que tentavam fazer com minha amiga: desvalorizá-la, rejeitá-la por não ser o que elas queriam que fosse, e não permitir a chance de conhecer o que ela tinha de bom, de legal, e de belo! "Assim, como vocês podem esperar que alguém as valorize?", lhes disse. "Afinal, se levarmos em conta a nossa história (a maioria delas eram negras, como eu, e embora muito bonitas, só se envolviam com sujeitos nada indicados), também não estamos incluídos nos padrões, desta sociedade, de beleza que é sinônimo de olhos azuis, pele branca e etc... Se não acreditarmos em nós, ninguém acreditará. No entanto, quando "botamos a cara", mesmo que não nos deêm crédito, o que fizermos terá sucesso, porque NÓS acreditamos".
Quando elas fizeram um trabalho de grupo relacionado ao tema proposto, surgiram idéias maravilhosas, e todas pareciam sorrir de um jeito diferente, o jeito de quem ACREDITA!
Depois que lembrei deste fato, dei uma espreguiçada bem gostosa, botei minha blusa para combater o frio (que não era a melhor que eu tinha, mas era a única que estava limpa) e fui para o meu bar preferido. Por coincidência (ou seriam as forças do Universo conspirando?) No caminho, encontrei a minha amiga, e mesmo eu não estando com minhas melhores roupas, e nem com a barba feita, e tampouco com os cabelos muito bem penteados, ela olhou para mim e disse, num sorriso largo: "Nossa, cê tá um gato, hein?". Respondi apenas: "Eu sei disso, e faz tempo...rsrsrsrs".
Pois é... quando a gente precisa, a mente acha a resposta, e eu agradeço muito à sabedoria do Universo por me enviá-las sempre que preciso.

Minha querida alma, seja fonte de auto-valorização, auto-estima e, acima de tudo, sabedoria".

2 comentários:

  1. Lí com muita atenção cada palavra, salvei nos meus documentos para reler e aplicar em minha vida, pois muitas e muitas vezes me sinto como vc logo após a crítica de sua amiga. Fico me sentindo diminuída e deprimida. Geralmente saio sozinha, procuro colocar em minha que sou bonita, que mereço ser feliz, ser amada. Saio com o astral lá em cima, mesmo assim, não acontece nada, não conheço ninguém e pergunto por que isso acontece, me questiono, procuro descobrir se minha postura, meu jeito de me comportar afasta as pessoas, ainda não descobrí. O que posso dizer é que não desistí de mim e nem de encontrar um grande amor.
    Suas palavras serviram para eu refletir e me deram um novo ânimo.

    ResponderExcluir
  2. Antonio Carlos - Mago25 de maio de 2009 às 00:45

    Será que você não está procurando uma prova de que merece ser feliz olhando para o ângulo equivocado, Valéria? A questão aqui não é acontecer algo fora de você (conhecer alguém, ser vista, um grande amor, etc...). Para sua vida ser realmente algo que vale à pena, VOCÊ mesma precisa ter esse amor por si, se olhar e não só dizer "Gosto dessa pessoinha que tá no espelho", mas realmente sentir que essa é a mais pura verdade!
    Trata-se de crenças, não apenas de postura. ACREDITE, E ENTÃO VERÁ.
    Pense nisso, tá?

    ResponderExcluir

Translate