quarta-feira, 6 de junho de 2012

DEPRESSÃO, COMO ENFRENTÁ-LA?

A depressão é uma doença do foro psíquico que deixa a pessoa num estado de tristeza e desânimo tal, que esta deixa de ter controlo sobre a sua própria vida e os seus actos. Embora as oscilações do estado de espírito (é através dele que se manifestam as emoções e os sentimentos) tenham uma margem de flutuação normal, oscilando mediante as circunstâncias que nos rodeiam, fala-se em depressão quando o sentimento de tristeza é profundo e desproporcionado em relação à situação.
No nosso país existem inúmeras pessoas que sofrem de depressão e, segundo estatísticas recentes, pelo menos um em cada quatro brasileiros já passou, em determinadas alturas da vida, por uma fase depressiva.
A depressão, chamada também de “doença do desenvolvimento”, visto o homem nunca ter estado tão dependente de si como agora, afeta mais as mulheres (cerca de dez por cento) do que homens (cerca de seis por cento). Mas, curiosamente, são as mulheres que mais facilmente procuram a ajuda de um médico psiquiatra, enquanto nos homens existe uma maior tendência para negar a doença.

Existem duas formas principais de depressão:

• Reativa e exógena, que surge como reação a uma causa externa e traumatizante como, por exemplo, a morte de uma pessoa querida, um problema profissional ou um desgosto amoroso. Também se incluem as depressões causadas por conflitos psicológicos, sendo estas as mais frequentes, afectando oito em cada dez pessoas deprimidas.
• A endógena, é uma depressão aparentemente sem motivo e muito mais difícil de ser tratada, já que pode ter sido provocada por um desajuste neuro-químico, ou seja, por uma pequena alteração em certos componentes do sistema nervoso central.

Sintomas:

Entre os sintomas físicos, os mais frequentes são: esgotamento e a sensação de fadiga, falta de apetite ou excesso de apetite, dores de cabeça contínuas, problemas digestivos, cãibras musculares e taquicardia. Também podem surgir problemas dermatológicos; eczemas e perda de cabelo; e alteraçõеs sensoriais como, por exemplo, a perda de equilíbrio e tonturas.
Os sintomas psicológicos mais frequentes são a tristeza e o abatimento, os quais chegam a um ponto tal que o doente sente-se incapaz de realizar os esforços necessários para superar esta situação.
Os pacientes depressivos tendem a sentir-se incompreendidos pelas pessoas que os rodeiam, vivendo a sua situação com grande angústia e ansiedade.
O doente torna-se mais apreensivo e susceptível e comporta-se de forma inquieta e perturbada. Sente-se, na maioria das vezes, desgostoso por ter perdido as suas ilusões e tende a fechar-se no seu mundo muito próprio e é acometido por frequentes crises de choro.

Como se cura:

A depressão é uma doença que se cura de duas formas: com a terapia psicológica e com a ministração de medicamentos antidepressivos.

A psicoterapia e a psicologia dispõem de recursos suficientes para ajudar a pessoa doente a encontrar as causas que provocaram a depressão e, deste modo, descobrir o meio mais eficaz de modificá-las na realidade ou na atitude pessoal para neutralizá-las.
Partilhar com um especialista o sofrimento e a angústia é uma forma de libertação dos mesmos e um óptimo ponto de partida para superar a depressão.
Actualmente, existem medicamentos antidepressivos de acção segura e eficaz e que devem ser tomados somente com prescrição médica. Estes medicamentos actuam de forma selectiva sobre os mediadores bioquímicos da transmissão nervosa.
A força de vontade e o desejo de não querer estar deprimido são as duas armas mais eficazes que o doente possui para vencer a depressão. Tal como acontece com as outras doenças, não se deve sentir vergonha por pedir a ajuda de um especialista.

Os fármacos antidepressivos devem ser sempre receitados e controlados por um medico!

Causas que provocam a doença:

As causas de ordem psicológica que podem desencadear uma depressão dependem da personalidade de cada um. Uma crise pessoal provocada pela idade, o trabalho ou a rotina, podem dar lugar a um círculo vicioso do qual o doente não consegue sair.
Nas mulheres, sobretudo nas donas de casa, a chegada da menopausa é uma etapa muito critica, responsável por grande parte das depressões femininas.
A ansiedade e o stress, se não forem combatidos a tempo, podem acabar numa depressão.

Momento de depressão. Como prevenir:

Levar uma vida estimulante e agradável e encontrar o equilíbrio entre as fontes de prazer e de sofrimento são as atitudes que actuam de forma positiva sobre o indivíduo. Cada um deve encontrar as compensações necessárias para superar os problemas da vida.
Aprender a dizer “não” e estabelecer limites pessoais em relação ao excesso de trabalho e sentido de responsabilidade.
Impor uma certa disciplina no que diz respeito às actividades sociais: conhecer pessoas, comunicar, dialogar, dar afecto e recebê-lo. Numa palavra: partilhar experiências e ilusões.
Não sentir auto-compaixão e evitar expressões do tipo;`não sou capaz” ou “não pude fazer nada”. E necessário modificar a atitude vital para “crescer” pessoalmente e não limitar esse crescimento.
Pensar em si mesmo e tentar conhecer-se, evitando os contínuos sentimentos de culpa.
Aprender a analisar os problemas e descobrir as suas possíveis soluções, mesmo que seja teoricamente.

É preciso levar em conta:

A força de vontade é um elemento decisivo e fundamental para superar a depressão.
Ter a consciência de que um medicamento não vai solucionar os nossos problemas e não convertê-los numa muleta, sem a qual não nos poderíamos manter em pé. Cabe a nós superar uma situação depressiva e encontrar novos estímulos e ilusões.
A actividade ε a aprendizagem são dois aliados eficazes no reforço da personalidade e no combate àś reacções depressivas.
Praticar um exercício físico adequado ao nosso gosto e necessidade, visto que a prática de um desporto anima o nosso estado de espírito.
Encontrar o tempo necessário para nos dedicarmos aos pequenos prazeres da vida que a tornam tão agradável.

Não se deixe levar pela doença, a depressão quando encarada com determinação é uma oportunidade fantástica para a mudança, permita-se mudar, este momento na sua vida pode ser o catalisador que necessitava para ter a vida que sempre desejou. A depressão era encarada pelos povos mais antigos como um momento de transformação interna, mantenha a esperança e pratique a paciência, relaxe e respire profundamente.

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