sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PORQUE O BESOURO VOA?

Estava fazendo uma pesquisa para uma palestra on line sobre motivação, solicitada por um grupo de amigos aqui da net. A galera queria que eu falasse a alguns de seus empregados sobre a importância de ser criativo, e também de não se impor limites à essa criatividade.
Claro que isso seria até fácil, se não houvesse, entre as 20 pessoas que participariam do encontro, pelo menos 15 que tinham uma crença altamente destrutiva: a de que criatividade é um dom, e quem não a tem pode desistir de buscá-la.
Lógico que não acredito nisso. Aliás, minha crença vai totalmente no sentido inverso, com base no que diz uma das máximas da PNL: Se alguém pode fazer algo,e fazê-lo bem, você também pode. Portanto, não existe essa coisa de que "não se é criativo", ou de que "Fulano, sim, consegue ter boas idéias".
A questão é que essas frases hipnóticas negativas (não posso, não sou capaz...) tem suas origens em locais bem profundos de nossas mentes, e se não houver algo que nos faça pelo menos buscar meios de "desafiar" estas "verdades", dificilmente ocorre alguma mudança.
Como o Universo sempre conspira para fazer com que alcancemos aquilo que desejamos, encontrei um texto maravilhoso, de Márcio Goes (www.marciogoes.com.br), que remete a esta nova abordagem. O tema citado por ele não é novo, pois já tive outros contatos, mas a forma como ele o explicita é agradavelmente objetiva.
Trata-se do fato de que o besouro (aquele que geralmente fica dando voltas nas luzes dos postes e que se cair de costas não consegue se virar para colocar as patas no chão), não poderia voar... mas voa!
"Mas o que faz um besouro voar?…", Ele pergunta. "Ninguém lhe deu este direito, pois ele não tem nenhuma aerodinâmica, sofre constantemente quando encontra-se de pernas para o ar tentando voltar a sua posição normal, além de não ter noção do perigo ao arremessar-se contra as luzes de um poste…
A triste e cruel verdade é que o besouro não foi feito para voar: ele voa de teimoso mesmo, ou melhor, de ingênuo… e de uma ingenuidade tamanha que não o deixa perceber seu maior defeito.
Ora... se ele não foi feito para voar, então porque ele voa?… A resposta é muito simples e elementar: Por que ninguém foi ousado o suficiente para dizer-lhe que não pode, e mesmo que tentassem dizer a verdade, nada mudaria, afinal ele não ouve nada mesmo… "
Quem dera se todos os seres humanos tivessem a ignorância do besouro e criassem um bloqueio para as expressões: “você não pode” e “você não consegue”. Creio que a maioria de nossos fracassos devem-se a nossos ouvidos que insistem em nos trair acreditando nesta falta de capacidade que o mundo insiste em alimentar na sociedade.
O besouro incomoda porque voa quando a maioria pensa que ele não deveria fazê-lo, pois é insuportável vê-lo nas alturas, mesmo sofrível e ruidosamente, enquanto nós, os "sabidinhos", rastejamos como cobras traiçoeiras no nosso mundinho de terra seca, com os problemas e depressões do mundo moderno nos levando cada vez mais para o abismo intelectual.
Infelizmente, propaga-se o amor ao caos. Devemos marchar até onde o mercado de trabalho exige, e na direção que ele quiser. Muitos que se dizem "sábios", "gurus", etc... não nos permitem voar, e quando alguém tenta, é tratado a chineladas, como o besouro, pois seu vôo barulhento incomoda àqueles que adoram rastejar nos seus problemas. E o pior é que muitos ainda querem que se faça propaganda de uma falsa felicidade obtida com a vida limitada que levam, em função de dinheiro, poder...
"Ah, quem dera tivéssemos a surdez e a ignorância do besouro, sem medo de fazer barulho nas alturas… sem medo do esforço que isso pudesse exigir… sem medo das reclamações daqueles que rastejam em busca de vítimas para seus desafetos… Sem medo de ser feliz e fazer felizes aqueles que se encontram ao nosso redor, ou seja... sem medo de ser besouro", sonha o blogueiro.
É por isso que, assim como ele, a cada dia espero ser, cada vez mais, tão ignorante quanto esse inseto. Pelo menos, serei um ignorante que se arrisca, e não um "mestre" cheio de paradigmas limitantes.

Um comentário:

  1. Um personagem do filme matrix, que vivia na realidade, queria voltar para o nosso mundo (irreal) pois buscava a fama e o dinheiro. Enquanto falava isso, saboreava um bife, e sabia que a Matrix dizia ao nosso cérebro que aquilo saciava e era saboroso, mas na verdade aquele pedaço de carne não existia, ao que ele disse:
    "A ignorância é uma benção"

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