sexta-feira, 30 de abril de 2010

TODO MUNDO EM TRANSE

Depois de ler a pergunta que se segue, simplesmente pare e reflita por alguns minutos: Por quanto tempo em um dia você se sente totalmente acordado? Só pense um pouco... e depois retorne ao texto...

A maioria de nós não pára pra pensar no quanto perdemos tempo vivendo como verdadeiros zumbis. Estamos de pé, estamos conversando, fazemos coisas...mas estamos dormindo, ou, simplesmente, em transe! Aí chega o final do dia, ou passam-se alguns minutos (ou horas), e um estalo nos faz perceber: "Nossa, já é tarde, hein"?
Lembra da última vez em que foi a uma praia, ou a um passeio de fim de semana no campo...e passou todo o tempo divagando sobre o que teria que fazer na segunda-feira? Ou quantas vezes se sentou diante do computador para escrever uma carta, um artigo... e não apenas deixou de fazer isso como perdeu horas fazendo coisas que não trouxeram nenhum benefício adicional, ou tentando encontrar algo que "não conseguia lembrar o que era..."? (Cá entre nós, eu fazia muito isso..rsrsrs).
E tem mais: Quantas vezes saimos para a rua, para uma festa, para uma reunião...dispostos a agir de determinada maneira ou falar determinadas palavras, mas quando voltamos para casa percebemos que simplesmente perdemos tempo e não conseguimos fazer nada do que queríamos. E não adianta dizer que a culpa foi deste ou daquele fulano, ou desta ou daquela atitude de alguém...
E quando sequer conseguimos ouvir, fazer ou sentir o que está de fato acontecendo à nossa volta, porque não conseguimos deixar de pensar "naquela conversa de ontem", ou "no que deveria ter respondido para aquele(a) safado(a) que me ofendeu", ou "naquele mico desgraçado que paguei"?
Estes são os chamados "transes (na PNL, downtimes) improdutivos". Não sabemos porque, com que âncoras ou por que motivos, saimos de nosso estado de objetividade e produtividade, passando a agir automaticamente, como se uma força estranha nos conduzisse a devaneios e mais devaneios, a viver no passado ou no futuro, sem agir como se deve no presente.
Fugimos da busca de respostas cujas perguntas deveriam ser feitas AGORA, NESTE MOMENTO, numa caminhada que vai, às vezes para dentro de nós, e ás vezes para fora, mas nunca no sentido que realmente gostaríamos de seguir.
Se você conseguiu refletir por alguns instantes, percebeu que em sua vida há muitos momentos como esse. Então, que tal acordar e aprender a usar seus transes de maneira mais produtiva?
Talvez seja hora de deixar de lado o ostracismo, a estagnação, e não só estabelecer como também dar o primeiro passo rumo às suas metas, aos seus objetivos. Está na hora de "estalar os dedos" e passar a agir com sugestões positivas, com idéias que realmente valham a pena. Chegou o momento de deixar de lado as "vozes" que nos apressam a fazer algo que nem queremos fazer, e também as que nos impedem de partir rumo a um objetivo por conta dos medos que elas nos trazem.
Pra começar, trate de viver mais o seu dia. Saia da rotina diária, mesmo que em pequenas coisas. Faça algo que o force a pensar objetivamente, que o leve a se manter concentrado no que quer fazer, a curtir com alegria cada momento, mas sem automatismos. Um exemplo muito comum é trocar o caminho que você costuma seguir para o trabalho ou de volta para sua casa, mas por algum que você nunca tenha feito. Outra é falar em voz alta o que vê, ouve ou sente. Ex: "Neste momento estou passando pela rua tal, e vejo uma casa amarela, com detalhes na grade de entrada que parecem gatinhos... Agora estou sentindo um desconforto no pescoço... Hum... que gostoso está este bolo... (Por favor, faça isso de maneira sutil. Ninguém precisa levar fama de maluco porque fala sozinho pelas ruas...rsrsrs).
Fica muito enfiado no escritório ou diante do computador, e termina o dia cansado e, mesmo assim, com a consciência de que não fez nada de útil? Então saia do lugar comum: Movimente-se! Inicie agora mesmo um esporte, entre na academia, vá dar uma caminhada. É muito frio e sente que as coisas andam meio paradas...? Então, faça algo diferente: Diga para todo mundo que você ama alguém, ou grite isso para esse alguém (de preferência sua mãe ou seu pai, ou sua (seu) namorada (o), porque este(a), de certa forma, já te conhece. Gritar isso pra algum desconhecido ou que está apenas interessado(a) pode assustar...rsrsrs).
Trate de colocar muita energia em cada uma destas coisas. Saia do sua zona de conforto, faça coisas que você achou que nunca tivesse coragem, Faça as coisas que você acha divertidas e todo mundo te dizia que eram ruins (Claro que você não vai sair atirando ou batendo naquele sujeito ou sujeita que você odeia... isso dá cadeia!).
Então, que tal começar respondendo a uma pergunta básica: O QUE VOCÊ VIVEU ONTEM?
Eu até posso dizer o que eu vivi: Acordei às 9h30 (fui dormir às 4h00, mas não preciso de mais de cinco horas de sono), e depois do banho, do café e das orações matinais fui tirar algumas fotos na zona rural, muito bonitas por sinal. Almocei às 12h30, tirei uma soneca gostoooosa de meia hora e liguei o computador para descarregar as imagens. Então resolvi olhar os e-mais, cliquei num link que levava à noticia de uma jovem que matou os pais por causa do dízimo da seita dela... e quando percebi tinha passado uma hora e nada de fotos!
Então resolvi escrever este texto, mas só pude postar hoje porque fui chamado para acompanhar um protesto de professoras, depois a reunião delas com o prefeito, depois preparar um áudio para a rádio local... e finalmente passar as fotos que tirei para o computador (olha uma delas aí em cima!).
Bem... no final das contas, só perdi cerca de uma hora. Já perdi muito mais antes de entender esta realidade...rsrsrs

"Minha querida alma, seja fonte de total despertar, seja fonte de VIDA!"

sábado, 24 de abril de 2010

OS DEUSES ESTÃO NA MENTE

Lá estava eu, pronto para mais uma palestra, quando me aborda uma jovem já conhecida pelo seu espirto bem questionador. Ela me perguntou se o que ia dizer naquela noite poderia realmente fazer alguma diferença em termos de motivação em seu trabalho, pois caso contrário ela não iria participar.
Devo confessar que a principio fiquei paralisado pela sinceridade da garota, mas respondi imediatamente que sim, ela iria com certeza aprender formas de se motivar, isso se já não saísse do encontro totalmente mudada pela palestra.
No entanto, o tema da reunião não era, primordialmente, motivação, embora houvesse elementos do tema. Fiquei pensando, enquanto ela saia de perto de mim com um olhar desafiador, como iria fazer para dar a esta garota o que ela estava buscando.
Foi então que me veio o insight: Ela já tinha tudo que precisava para se motivar (era desafiadora, sabia o que queria, não tinha medo...). O problema é que ela acreditava que esta motivação devia vir de fora, de algo que ela veria ou ouviria, ou de alguém especial (e naquele momento ela esperava que eu fosse esta pessoa).
Confesso que fiquei aliviado, porque percebi que não precisaria fazer muito para que ela passasse a entender melhor como isso funcionava. Dei minha palestra tranquilamente, com vários temas sobre resolução de conflitos, mas dei uma certa ênfase nas caracteristicas de pessoas que lutavam pelo que desejavam, e como elas poderiam ser ainda melhores se confiassem mais em si e não dependessem tanto dos outros.
Ao final, a chamei e perguntei como foi o encontro para ela. "Nossa, professor, aprendi muitas coisas interessantes mesmo, mas sinto que falta algo. É como se ainda não estivesse totalmente convencida, entende?".
Então foi a minha vez de lhe lançar um desafio; "Eu garanto que em no máximo uma semana você terá provas e mais provas do que estou dizendo: a motivação está em sua mente. Mas isso ficará mais evidente se  me permitir contar uma história enquanto você relaxa. Posso?".
Ela topou na hora!
Então a conduzi a um relaxamento brando e lhe contei esta metáfora:

"Um famoso general mongol havia conquistado com as suas tropas uma extensa região da Ásia Central. Seus soldados estavam agora exaustos e saudosos do lar, mas o general desejava prosseguir e capturar a grande cidade de Samarkhan, defendida por um exército cinco vezes maior do que o seu. Ele tinha certeza de que poderiam vencer, mas seus homens estavam relutantes.
O general convocou-os então e juntos erigiram um altar, no qual rezaram pedindo inspiração aos deuses. No final da cerimônia, o general tomou uma grande moeda de ouro e disse que iria lançá-la ao ar para ver o que os deuses determinariam. Se caísse com a cara para cima, seria sinal de que os soldados obteriam uma vitória estrondosa.
A moeda caiu com a cara para cima e, inspirados pelos deuses, os soldados avançaram e conquistaram com facilidade a cidade.
Após a batalha, um dos soldados comentou com o general:
- Quando nos mostram que os deuses estão conosco, nada pode alterar nosso destino!
O general concordou com uma risada e mostrou ao soldado a moeda: Ela tinha cara em ambas as faces".

Assim sendo, terminamos a sessão e nos despedimos. Ela não comentou a história.
Quatro dias depois a encontrei novamente, sorrindo em seu trabalho. Ela havia entendido muito bem, ainda que inconscientemente, a mensagem da metáfora, e agora confiava em suas próprias âncoras para se motivar.
E você, se motiva com o que?

"Minha querida alma, seja fonte de confiança. Minha querida alma, seja fonte de motivação e coragem".

quarta-feira, 7 de abril de 2010

METÁFORA DO DIA: MAIS BONITAS QUE SARDAS

Estava conversando com um amigo vereador sobre bullying. Ele contava que se sentia muito triste quando sua sobrinha de apenas 6 anos de idade chegava em casa reclamando dos colegas, que sempre faziam brincadeiras maldosas por conta de suas gordurinhas a mais, e me perguntou como poderia deixá-la mais alegre, mostrar o quanto era amada.
Sugeri que lhe contasse esta metáfora, principalmente quando ela estivesse já prestes a dormir: Ele assim o fez e, surpreso, me contou que muitas transformações se realizaram na vida da garotinha, que agora está mais confiante e feliz, e nem liga mais para as provocações.

"Aconteceu num dia em que uma mulher estava com a filha no zoológico. Ela viu uma avó com uma garotinha cuja rosto era salpicado de sardas vermelhas e brilhantes. As crianças estavam esperando numa fila para que um artista pintasse suas faces com patinhas de tigre.
– Você tem tantas sardas que ele não vai ter onde pintar – um menino gritou na fila. Sem graça, a menininha abaixou a cabeça.
A avó ajoelhou-se perto dela e disse:
– Adoro suas sardas.
– Mas eu detesto - ela replicou.
– Quando eu era menina, sempre quis ter sardas – disse a senhora, passando o dedo pela face da neta. – Sardas são tão bonitas!
A menina levantou o rosto:
– São mesmo?
– Claro – disse a avó. – Quer ver? Me diga uma coisa mais bonita que sardas.
A garotinha, olhando para o rosto sorridente da senhora, respondeu suavemente:
– Rugas.
Aquele momento ensinou para sempre à mãe que observava as duas que, se olharmos para os outros com os olhos do amor, jamais veremos o que possam ter o que muitos dizem que é feio. Apenas a beleza que há em cada um.

Sue Monk Kidd
"Histórias para Aquecer o Coração das Mulheres"
Jack Canfield & Mark V. Hansen & Jennifer R. Hawthorne & Marci Shimoff
Editora Sextante

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